Juros Simples vs. Juros Compostos: Compreender as Diferenças

Quando se trata de questões financeiras, é fundamental entender a diferença entre juros simples e juros compostos. Ambos são conceitos essenciais no mundo dos investimentos, empréstimos e gestão de patrimónios. Neste artigo, iremos explorar as características distintas dos dois tipos de juros e como estes afetam os seus investimentos e dívidas.

Juros Simples: A Linearidade no Crescimento

Os juros simples são mais fáceis de compreender no que diz respeito ao seu funcionamento. Neste tipo de juro, os rendimentos são calculados apenas com base no valor inicial, chamado também de principal, de um investimento ou empréstimo. O valor dos juros permanece constante ao longo do tempo, sem ser incorporado ao montante principal.

A fórmula para calcular os juros simples é a seguinte:

Juros Simples = Principal x Taxa de Juros x Tempo

Onde:

Principal é o valor inicial do investimento ou empréstimo.

Taxa de Juros é a taxa percentual aplicada ao principal para calcular os juros.

Tempo é o período (em anos ou fração de anos) durante o qual os juros são calculados.

O principal destaque do juro simples é que resulta em um crescimento linear. Os juros são calculados somente com base no valor original, o que significa que, a cada período, o montante acrescido permanece constante. Esse tipo de juro é mais comum em empréstimos de curto prazo e em situações financeiras relativamente simples.

Juros Compostos: Potenciando o Crescimento ao Longo do Tempo

Os juros compostos são conhecidos pela sua natureza exponencial e são a base de crescimento da maioria dos investimentos. Ao contrário dos juros simples, os juros compostos incorporam os rendimentos ao montante principal, resultando em um novo valor para o próximo cálculo de juros.

A fórmula para calcular os juros compostos é a seguinte:

Montante = Principal x (1 + Taxa de Juros)^(Tempo)

Os juros compostos oferecem o potencial de crescimento mais significativo ao longo do tempo. A cada período, o montante total aumenta, incluindo os juros acumulados até o momento. Isso resulta numa espécie de “bola de neve”, onde o valor dos juros cresce exponencialmente e pode acelerar o crescimento do investimento.

Esse tipo de juro é amplamente utilizado em investimentos financeiros, como contas de poupança, fundos de investimento e outras formas de aplicações financeiras de longo prazo. O poder dos juros compostos permite que os investidores aumentem os seus ganhos ao longo do tempo, desde que o dinheiro permaneça investido e os juros sejam reinvestidos.

Comparando Juros Simples e Juros Compostos

Para compreender melhor as diferenças entre juros simples e juros compostos, consideremos um exemplo prático:

Suponha que tenha um investimento inicial de 10.000 euros com uma taxa de juros de 5% ao ano e deseje manter esse investimento por 20 anos.

Com Juros Simples: O montante final após 20 anos seria calculado da seguinte forma:

Juros Simples = 10.000 * 0,05 * 20 = 10.000 euros

Montante Final = 10.000 + 10.000 = 20.000 euros

Com Juros Compostos: O montante final após 20 anos seria calculado da seguinte forma:

Montante = 10.000 * (1 + 0,05)^20 ≈ 26.532,98 euros

Neste exemplo, podemos observar que o uso de juros compostos resultou em um montante final muito maior do que com juros simples. Enquanto com juros simples o montante final foi de 20.000 euros, com juros compostos o montante final foi de aproximadamente 26.532,98 euros.

Essa diferença torna-se ainda mais significativa à medida que o período de investimento aumenta. Os juros compostos têm o potencial de multiplicar os seus ganhos ao longo do tempo, tornando-se uma opção mais vantajosa para investimentos de longo prazo.

Conclusão

Compreender as diferenças entre juros simples e juros compostos é fundamental para tomar decisões financeiras mais informadas. Os juros compostos oferecem uma forma poderosa de crescimento ao longo do tempo, impulsionando os seus investimentos e permitindo que alcance maiores ganhos a longo prazo.

Ter em mente estas diferenças permitirá tomar decisões mais acertadas em relação aos seus investimentos e empréstimos.

Parafraseando o investidor lendário Warren Buffett, “Os juros compostos são a oitava maravilha do mundo. Aqueles que entendem o seu funcionamento, recebem. Aqueles que não entendem, pagam”. Esta citação destaca a importância dos juros compostos no mundo dos investimentos e enfatiza como o conhecimento sobre eles pode fazer toda a diferença no crescimento do seu património ao longo do tempo.

Impacto do aumento da Taxa Euribor nos créditos à habitação

Nos últimos meses, muitas pessoas têm sido surpreendidas com o aumento das prestações dos seus créditos à habitação. Para muitos, esse aumento parece inexplicável e pode gerar incerteza e preocupação em relação às suas finanças pessoais. Compreender os motivos por trás do aumento da taxa de juro dos créditos à habitação é crucial para poder tomar decisões financeiras informadas e planear o seu orçamento de forma adequada.

Neste artigo, iremos abordar os principais constituintes de uma taxa de juro de um crédito à habitação, bem como os fenómenos que podem explicar a variação da taxa Euribor – uma das principais referências para a definição das taxas de juro dos créditos à habitação em Portugal. Vamos também analisar como esta varia e como influencia as prestações dos empréstimos imobiliários.


O que é a Taxa Euribor?

A Euribor, sigla para European Interbank Offered Rate, é uma taxa de juro média à qual um conjunto de bancos europeus está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário. Essa taxa é calculada diariamente e divulgada pela European Money Markets Institute (EMMI) com base em contribuições de um painel de bancos representativos de vários países da União Europeia.

A Euribor é amplamente utilizada como taxa de referência para diversos instrumentos financeiros, incluindo créditos à habitação, empréstimos corporativos e produtos de poupança. No contexto dos créditos à habitação, a Euribor é frequentemente adicionada a um spread para determinar a taxa de juro final que será aplicada ao empréstimo. Como uma taxa de juro de referência, a Euribor pode variar ao longo do tempo, refletindo as condições económicas e as políticas monetárias na Zona Euro.


Os Constituintes de uma Taxa de Juro de Crédito à Habitação em Portugal

Ao analisar os constituintes de uma taxa de juro de crédito à habitação em Portugal, é importante lembrar que as instituições financeiras podem variar nos seus produtos e condições. No entanto, os elementos básicos que compõem a taxa de juro são amplamente adotados na indústria. Os principais constituintes são:

1. Taxa de juro de referência: A taxa de juro de referência é a base utilizada para calcular a taxa de juro do crédito à habitação. Em Portugal, a Euribor é uma das taxas de referência mais comuns, representando a taxa média à qual os bancos europeus emprestam dinheiro entre si.

2. Spread: O spread é uma margem adicionada à taxa de juro de referência pelo banco ou instituição financeira que concede o crédito à habitação. Ele representa o lucro e o risco assumido pelo banco ao emprestar dinheiro.

3. Taxa de juro contratada: Resulta da soma da taxa de juro de referência com o spread. É a taxa efetiva que será aplicada ao montante do crédito à habitação.

4. Tipo de taxa de juro: A taxa de juro pode ser fixa ou variável. A taxa fixa permanece inalterada durante um período específico do contrato, enquanto a taxa variável é revista periodicamente, geralmente a cada 3, 6 ou 12 meses, com base na taxa de referência.

5. Outros custos e encargos: Além da taxa de juro, o crédito à habitação pode envolver outros custos, como seguros obrigatórios e comissões bancárias.


Fenómenos que explicam a variação da taxa Euribor

A Euribor, como mencionado anteriormente, é uma das principais taxas de referência para os créditos à habitação em Portugal. No entanto, a variação da taxa Euribor não é controlada pelas instituições financeiras, mas sim por uma série de fenómenos económicos e financeiros. Alguns desses fenómenos incluem:

1. Política monetária do Banco Central Europeu (BCE): O BCE desempenha um papel fundamental no controlo da taxa Euribor. Quando o BCE aumenta as taxas de juro de referência, a Euribor também tende a subir, impactando os créditos à habitação indexados a essa taxa.

2. Condições económicas: As condições económicas e o desempenho da economia europeia têm um impacto significativo na taxa Euribor. Uma economia em crescimento pode levar a um aumento da taxa de juro de referência, resultando em um aumento na Euribor.

3. Flutuações nos mercados financeiros: A Euribor é afetada pelas flutuações nos mercados financeiros internacionais. Mudanças nas perceções de risco, liquidez e outros fatores podem influenciar a taxa Euribor.

4. Política regulatória: Mudanças nas políticas regulatórias ou nas regras do mercado financeiro podem ter um efeito indireto sobre a taxa Euribor.


A subida da taxa de juro dos créditos à habitação pode gerar preocupações e incertezas. Ao assinar um contrato de crédito à habitação, é essencial estar atento/a às condições e cláusulas contratuais, bem como procurar aconselhamento para esclarecer quaisquer dúvidas sobre o crédito à habitação. Manter-se informado sobre as condições económicas e a política monetária também é crucial para acompanhar possíveis alterações nas taxas de juro e ajustar adequadamente o orçamento familiar.

Ano inesquecível ou para esquecer? – Como foi 2022 na GOLDEN SGF

Na GOLDEN SGF, o ano de 2022 fica marcado pela fusão com a Previsão – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A., por incorporação desta na GOLDEN SGF, permitindo reforçar a posição desta sociedade gestora no mercado nacional. Fruto de um trabalho árduo e consistente, a GOLDEN SGF aproxima-se cada vez mais do seu objetivo de se tornar a Entidade Gestora de referência no mercado português com competência amplamente reconhecida ao nível da qualidade do serviço prestado aos seus clientes.

O ano foi especialmente difícil para os mercados financeiros, que registaram quedas significativas nas principais classes de ativos. Depois de um ano anterior bastante exuberante, o sentimento do mercado começou a mudar logo no início de 2022 tendo continuado negativo até ao final do ano. Da mesma forma que os mercados tinham beneficiado dos estímulos fiscais e, sobretudo, dos estímulos monetários em resposta à crise pandémica, é precisamente na alteração das políticas monetárias da maioria dos bancos centrais que se pode identificar a causa principal da mudança de direção.

As taxas de inflação em máximos de décadas, perspetivas de desaceleração económica e as políticas restritivas dos bancos centrais (a FED subiu taxas sete vezes num total de 425 pontos base e o BCE quatro vezes num total de 250 pontos base) influenciaram negativamente o comportamento dos mercados financeiros. 2022 será especialmente lembrado pela guerra na Ucrânia, que se iniciou com a invasão russa em 24 de fevereiro. O conflito acabou por agravar algumas das dinâmicas que já se iam instalando, como a subida dos preços e o aumento do risco geopolítico a nível mundial. A resposta do Ocidente acabou por ser mais coesa do que se poderia prever, isolando a Rússia.

Por outro lado, a relação entre a China e os EUA continuou a degradar-se, o que colocou pressão sobre os ativos chineses, num contexto em que a Covid-19 havia já afetado fortemente a economia daquele país. Num contexto de elevada volatilidade, a GOLDEN SGF procurou sempre as melhores soluções de investimento, tendo por base os princípios de preservação de capital, transparência, liquidez, orientação para o cliente e independência que regem a sua atividade, primando por fazer a diferença ao nível das rentabilidades apresentadas.

O resultado da nossa estratégia refletiu-se nas posições alcançadas no ranking das rentabilidades da APFIPP, com nove dos nossos Fundos no Top 3 das classes que integram:
• no nível de risco 3: o PPR GOLDEN SGF Poupança Garantida (1º) e PPR GOLDEN SGF Poupança Conservadora (2º) o FPA GOLDEN SGF Reforma Garantida (1º), FPA GOLDEN SGF Reforma Conservadora (2º) e FPA GOLDEN SGF Reforma Equilibrada (3º)
• no nível de risco 4: o PPR GOLDEN SGF Poupança Equilibrada (1º), PPR GOLDEN SGF Poupança Ativa (2º) o FPA SGF Square Ações (1º)
• no nível de risco 5: o PPR GOLDEN SGF Poupança Dinâmica (1º)

Fruto do trabalho desenvolvido, a GOLDEN SGF registou um crescimento de 75% dos ativos geridos face ao decréscimo de 12% apresentado pelo mercado, com um aumento do volume sob gestão na ordem dos 82,5 milhões de euros e com uma captação superior a 2500 novos clientes. A GOLDEN SGF congratula-se por ser a única Entidade Gestora a encerrar 2022 com aumento dos ativos sob gestão!

Ao nível das linhas de negócio destacamos o excecional crescimento de 26% alcançado nos PPR, num ano em que o mercado apresentou um decréscimo de 2%. Já nos Fundos de Pensões Abertos, a GOLDEN SGF cresceu 74%, quando o mercado decresceu 5%.
Por sua vez, nos Fundos de Pensões Fechados, fruto fusão com a Previsão – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, a GOLDEN SGF apresentou um crescimento superior a 150%, face ao decréscimo sofrido pelo mercado de 13%.

Reforçamos a continuidade do investimento no projeto de desenvolvimento tecnológico da GOLDEN SGF com o “Product Discovery”, cujos impactos se irão começar a sentir no primeiro semestre de 2023.

Numa situação tão difícil e exigente, é de assinalar que mais uma vez a GOLDEN SGF, apresentou resultados positivos, fortalecendo o ciclo iniciado em 2019 e que, estamos convictos que se mantenha, numa clara demonstração do que é possível obter quando se junta uma excelente equipa, com uma estratégia de gestão altamente profissional e dedicada.